E NA GAVETA UM FARDEL DE PALAVRAS. (ANTOM LAIA LÓPEZ)

ANTOM LAIA LÓPEZ.(E na gaveta um fardel de palavras).
AMO E DETESTO................. Detesto o saudismo de bágoas frías. Detesto a filosofía esotérica. Detesto a Igreja, os militares, os romances de Coelho. Detesto a Wagner, o Cristo-Rei, a Elizabeth Taylor, a Frank Sinatra, por mafioso, á Banca, aos assassinos de luva branca, a Trump. Detesto a aquela senhora de ferro e a aquel ex-presidente de USA destenhido. A Franco, a Salazar e todos os fascistas, aos novos filósofos franceses. A morrinha como jeito de matar-nos. Gosto de E.de Andrade e do Torga, do Zeca, de Fausto, de Suso Vaamonde, amo ás poetas das lareiras e do salitre. Olga Novo ou Marta do mar en Compostela. Pólvora e magnolias. Virgilio Ferreira, e Herberto Helder .Passolini e Alfonso Sastre. Escoito a Lluis Llach e Luis Pastor.
Gosto dos recordos das sopas da minha avoa Concha, do cantar do cuco, das amoras das silveiras, da poesía de Pexegueiro. Dos brinquedos de paucinhos, dos trompos, de brincar á panda. Saltaricar com um aro a onde vas Lelo coa arado de ferro de amanhâ cedo. Andar nos caminhos e o soar das buguinas-medre o mar nessas mans de salitre-a vara de dibueiro, as xerfas e co colo de Quicolo. Amor de tangarina. Seios desnudos apertados no dedilhar das lúas. Cortazar e Manuel Puig. Manuel Scorza.
Detesto a Aznar, aos sionistas, a Berlusconi, a Manuel Fraga, aos juices da insjustiça, aos e ás legisladoras das patranhas e dos roubos-ás-eléctricas-aos reis de espingardas de ouro e aos palacetes de cristal onde se descuartiçam os olhos. Detesto a Merkel e ao neoliberalismo-esse nazismo de carautas liberais. Amo a Bertol Brecht e os voos dos pássaros carpinteiros. Detesto tatas coisas que por isso amo tantas outras. Mesmo por isso gosto de sestear num escano de castinheiro. De ollhar o lume nas lareiras enquanto o carrelo da Mouchinha Branca (essa gatinha fiel que de fite em fite me mirava).
Por muitas cousas destesto o que detesto e amo a quem amo, por isso tomo o sol, mentras o tomo espero. Do Bozelo ao Pia-Pássaro mil rebolas nos Taros-tessos cumes das esperas. Brilham as estrelas em Timor como o deitar entre cobertores de farrapos. Detesto o saber infinito de Borges por obviar a quen dende o ceo adentravan no mar. -----------------oooooooooooo----------------- Impresionante declaraciòn de principios e intenciòns nos versos desta Gaveta coa que nos despide o poeta Antom Laia, dende as paxinas finais do seu novo poemario. Primeiro fora no Balouçar do vento, despois llegounos nas margens do tempo logo de seguido foi o poemario dos recordos e saudades da nenez, No cinzel livre das securas, e agora temos esta nova entrega de poesía, pensamentos, relfexiòns e sobre todo palavas, por Antom colle e nos fai un inmenso agasallo xeneroso de palavras como frutas de outono;
derreten-se nos lábios como sabor de setembro frutas pilhadas no châo das terras amaduradas no ventre como quem deseja o sol nascer entre os dedos. E na gaveta un fardel de palavras é pois un poemario persistente, esperançado que enche de de chorimas as alboradas. (Teresa Ramiro). Eu diría que moito mais, porque nesta gaveta vai un berro de inconformismo, unha carga e profundidade contra os grises tempos de soedade e insolidaridade, de mentiras e mercados, de enganos e roubos descarados a man armada, con premeditaciòn e alevosía, da ledicia de vivir, mentras pechados, confinados, apertamos o conformismo e a abulia do aburrimiento con avaricia desmedida, e resignaciòn, santa paciencia dos invisibles caladiños do si señor, contra os que Antom poeta desmedido, alza a voz con este fardel de palavras;
a palavra que nasce no miolo mesminho da vida que habito a que apanho dos gromos e das pugas que estarricam vida. a que por vezes abro e aprofundo e bebo e sugo loucamente a que mondo como se fosse unha noz que navega no salitre a que bico com os meus lábios cortados pola invernía do frío a que des-visto para fitar teus seios de leite amazucado.
a que me circunda como a amante que sempre me espera a palavra, a palavra em corpo desnudo-essa-na que deito a palavra no zig-zag da luxúria como cóbrega nos tornazelos a palavra, mistura de sangue e barro-lama pegada sobre a pel a palavra que arestora me chama tolo e louco, barco perdido a palavra, esse discorrer dos fonemas no epicentro dos sexos e bate com as sílabas nas curvas infinitas dos canles molhados essa, tabú de desejos, que se leva nas linguas todos os segundos abençoada no verbo em coito nos que as águas se abraçam orgasmo de nuvens choocando como feras selvagens a palavra in versus silêncios como lobas nas ilhas a palavra a palavra a palavra que subjaz no fondo como cadáveres.
Sen dubida algunha este novo poemario de Antom Laia, resulta mais que palabras que berran e saen das gorxas silenciadas de nos todos mudos espectadores, porque sentimos ao mergullar paxina a paxina desta navoa entrega que como ben din o poeta recollendo o pensamento de Ondjaki; Ás vezes numa pequeina coisa pode-se encontrar todas as coisas grandes da vida, nâo é preciso muito, basta olhar.
Pois si, estamos mais que dacordo en que a poesía nos fai libres e devolve moitas veces a oportunidade perdida, cando nas congostras da vida tomas esta ou aquela direcciòn e inicias sen coñecer o que o sendeiro elexido vaiche descubrir, as veces tristuras, fracasos e amarguras, pero tamén sabeduria, experiencia e sorpresas, iso é o marabilloso de vivir; Melindres, arrumacos e carantoñas día a día por riba dos ácedos amargores da morte espida que agarda por nos todos. Benvidos todos a esta gaveta de Antom Laia e que sexades felices buscando o amor e a sensibilidade que co que nos agasalla a palabra e o poema do poeta.

Comentarios

Entradas populares